sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O Beijo da Morte



Júlio César era considerado um grande conquistador de mulheres, quando chegava em uma festa os olhares femininos se dirigiam à sua figura quase que por uma espécie de magnetismo sexual. Para os seus rivais, aquilo era inexplicável, na verdade nem as moças conseguiam explicar a atração que elas sentiam por Júlio. Talvez fosse seu charme, seu porte, sua beleza, seu jeito malandro ou por um golpe de sorte ele teria nascido com um grau de emissão de feromônios sobre humano, nem ele sabia o que tinha de especial...
Porém Júlio abusava desse poder, com requintes de crueldade. Da mesma forma que seu xará romano aplicava a velha máxima romana "Veni, Vidi, Vici" para ganhos territoriais, o César pegador utilizava-na em referência às mulheres. Ele Vinha normalmente a festas ou a bares, que eram ambientes nos quais seus poderes eram ampliados pelo álcool. Após escolher um lugar de destaque na festa, normalmente perto do banheiro feminino, aonde muitas mulheres transitavam, assim se posicionando para Ver a todas e selecionar aquela que ele percebia ser mais suscetível a seus poderes. Finalmente, após escolher o seu alvo, ele Vencia sempre. Como o seu xará ele usava todos os seus poderes, todas as "legiões" à sua disposição, não tinha nem graça, a vitória era certa.
Júlio César não ligava muito para as mulheres já conquistadas, sempre almejava a próxima conquista, a próxima glória. Não atendia telefonemas e nem respondia mensagens das subjugadas, depois que ele conquistava era só terra arrasada, demorava algum tempo para as mulheres reconstruírem suas vidas arrasadas.
É fato que todos os impérios caem um dia, e o império de conquistas fáceis de Júlio César não teria fim diferente. Uma noite qualquer, Júlio César se encontrava em um de seus campos de batalha noturnos escolhendo avidamente, como general veterano que era, a conquista ideal para aquela noite, quando de repente seu olhar se cruzou com o de uma adversária à sua altura, uma clássica batalha Roma contra Cartago se desenrolaria, finalmente ele se deparava com uma destruidora de corações como ele. Porém a batalha não começou bem para Júlio César, a presença daquela mulher o fez sentir coisas que nunca havia sentido, suas mãos suavam muito, seu coração estava disparado, suas legiões estavam na defensiva, prontas para serem estraçalhadas por um ataque decisivo da cavalaria adversária. E tal ataque não demorou, assim que sua adversária se aproximou e percebeu o seu oponente acuado, ela desferiu o chamado beijo da morte, estrategicamente posicionado, como uma flecha, no canto da boca de Júlio César, indo embora logo em seguida recebendo congratulações das outras mulheres. 
As mulheres que assistiram incrédulas tal batalha, como que por um passe de mágica pararam de sentir a força dos poderes de Júlio César, que ao perder sua invencibilidade deixou o campo de batalha praguejando e dizendo que na próxima noite ele estaria de volta com a mesma força de antes, o que de fato não aconteceu, o medo daquela adversária eliminou a sua confiança e de fato destruiu seus poderes. Começavam, com sede de vingança, as invasões bárbaras.


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